OMS: epidemia de Aids entre gays cresce de forma alarmante
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) sugeriu pela primeira vez que todos
os homens que fazem sexo com outros homens devem tomar remédio
antirretroviral e usar preservativos. A indicação vem em um momento em
que as taxas de infecção pelo HIV entre gays estão atingindo altos
níveis em todo o mundo.
A nota “recomenda fortemente que os
homens que fazem sexo com homens devem considerar tomar medicamentos
antirretrovirais como um método adicional de prevenir a infecção pelo
HIV”.
Gottfried Hirnschall, chefe do
departamento de HIV da OMS, afirmou que as taxas de infecção entre
homens homossexuais estão aumentando novamente após 33 anos do pico da
epidemia. O pesquisador acredita que há uma diminuição do medo da
infecção entre os jovens, devido ao acesso a medicamentos que permitem
que pacientes vítimas da Aids vivam com a doença. Isso faz com que a
prevenção diminua, segundo ele.
Atualmente, o grupo de jovens homossexuais homens possui 19 vezes mais chances de infecção do que a população em geral.
“Nós estamos vendo a epidemia explodir”, disse Hirnschall.
O uso de antirretrovirais seria uma
complementação à prevenção. A utilização de um único comprimido com a
combinação de dois antirretrovirais diariamente deveria ser feita junto
com o uso do preservativo. Segundo a OMS, isto diminuiria a incidência
do HIV entre homens entre 20% a 25% e evitaria um crescimento
desproporcional da Aids na próxima década.
A advertência também foi sugerida para
outros grupos de alto risco, com o alerta de que homens que fazem sexo
com outros homens, transsexuais, prisioneiros, pessoas que usam drogas
injetáveis e profissionais do sexo, juntos, correspondem a cerca de
metade de todas as novas infecções pelo HIV no mundo.
A OMS também alerta que muitas vezes são
estes grupos que possuem menos acesso aos serviços de saúde devido à
criminalização ou ao estigma que sofrem, o que faz com que fiquem
temerosos em procurar ajuda, mesmo quando ela está disponível.
Segundo Rachel Baggaley, do departamento
de HIV da OMS, ao não procurar os serviços de saúde, estes grupos terão
“inevitavelmente mais infecções nessas comunidades”.
Globalmente, as mulheres transexuais e
os usuários de drogas injetáveis, por exemplo, possuem cerca de 50
vezes mais riscos de contrair a doença do que a população em geral, já
entre os profissionais do sexo, o risco é de 14 vezes a mais.
Quando a incidência da doença é
analisada na população em geral, o número não é tão alarmante e
demonstra progressos. Entre 2001 e 2013, o número de pessoas que
contraíram o vírus HIV diminuiu em um terço. Até o final de 2013, cerca
de 13 milhões de portadores do vírus recebiam tratamento, reduzindo
drasticamente o número de pessoas que morrem de Aids. Hirnschall afirma
que, por este motivo, a batalha contra a doença é desigual.
Um dos problemas seria as políticas
públicas que concentram a atenção no combate à infecção de HIV entre a
população em geral, sem dedicar uma especial atenção aos grupos de alto
risco.
“Nenhuma dessas pessoas vivem de forma
isolada” afirma Hirnschall ao destacar que os grupos de alto risco podem
afetar a população em geral. – Os clientes que utilizam profissionais
do sexo possuem maridos, esposas e parceiros. Alguns injetam drogas.
Muitos têm filhos.











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